Columbidae | |||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||
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Subfamílias | |||||||||||
Columbidae é uma família de aves columbiformes que inclui os pombos, pombas, picaús1 , rolas e rolinhas2 .
Columbidae originou-se do termo latino para pomba, columbus3 . "Pomba" origina-se do termo latino palumba4 . "Rola" tem provável origem onomatopaica5 .
Há cerca de 300 espécies desta famílias distribuídas em todos os continentes6 . Os columbídeos são aves de pequeno e médio porte, com pescoço, bico e patas curtas, que se alimentam de sementes e frutos. O casal que se reúne na época de reprodução constrói ninhos não muito sofisticados, onde chocam dois a três ovos brancos. Os columbídeos são em geral espécies cinegéticas, caçadas pela sua carne. Vivem em média até os 15 anos6 .
Podem atingir, em voo, velocidades de até 80 km/h, podendo voar em distâncias até 315 km sem se cansarem. Possuem o melhor sentido de orientação de todas as aves e também de todo o reino animal, podendo localizar os seus ninhos e/ou pombais a mais de 1000 km de distância. Conseguem também detectar sons a distâncias que nenhum outro animal consegue.
Um critério útil na distinção das várias espécies é o padrão de cores da cauda. São aves muito territoriais na época de acasalamento e alimentam-se de sementes de gramíneas e outras plantas herbáceas ao nível do solo. O seu estômago, em geral, contém bastante areia, que auxilia a triturar os alimentos.
Tal como todas as aves, os pombos nascem de ovos, que são nidificados pelo macho e pela fêmea6 . Como sinal de acasalmento, os pombos bicam-se mutuamente. A partir daí, são um casal. A parada nupcial consiste em o macho dançar para agradar à fêmea. Quando a fêmea põe os ovos, estes são chocados por ambos para dar origem a novas crias. Estas nascem completamente cegas, mas, rapidamente, evoluem. Ficam com os progenitores até aos 32 dias, altura em que começam a voar e deixam o ninho. Quando isto acontece, o casal volta a chocar mais ovos para dar origem a uma nova ninhada7 .
A columbofilia, atividade voltada para a criação de raças ornamentais, obteve dezenas de raças de aparência variada por seleção e cruzamentos, gerando formas como o pombo-papo-de-vento e o pombo-rabo-de-leque. O pombo-correio, usado como mensageiro e capaz de voar mais de 500 km por dia à velocidade média de 50 km/h8 . é um dos numerosos descendentes do pombo-doméstico6 .
Animais dessa família estão muito presentes no cotidiano das pessoas, pois se adaptam facilmente à presença das cidades6 .
Vítimas habituais de viroses e outras moléstias, como a ornitose e a doença de Newcastle, os membros dessa família são hospedeiros de parasitas em sua plumagem. Entre eles, se distingue a mosca-do-pombo (Pseudolynchia canariensis) transmissora do hematozoário Hemoproteus columbae.
Sua presença pode ser considerada um problema ambiental, pois compete por alimento com as espécies nativas, danifica monumentos com suas fezes e pode transmitir doenças ao homem. Até recentemente, 57 doenças eram catalogadas como transmitidas pelos pombos, tais como: histoplasmose, salmonella, criptococose9 . Mas, atualmente, vê-se como exagero esta atribuição de vetor de doenças7 : como exemplo, o Departamento de Saúde de Nova Iorque não tem nenhum registro de caso de doença transmitida por pombos a seres humanos.10
Contudo, é salutar que algumas recomendações sejam seguidas a fim de se evitar a aquisição de zoonoses provenientes de aves, bem como diminuir o risco de contaminação por parte das aves domésticas11 :
Para evitar a aproximação dos pombos é possível a utilização de barreiras físicas, baseadas na utilização de telas e fechamento das aberturas por onde as aves adentram no prédio, com uso de materiais de alvenaria ou qualquer outro material resistente12 11 .
A mudança do ângulo de inclinação da superfície de apoio onde as aves costumam empoleirar, adotando angulação superior a 60 graus, também tem se mostrado efetiva11 Também existem no comércio vários produtos repelentes, que são aplicados sob telhados e beirais, com o intuito de afastar as aves do local.
Sua ação se baseia no desconforto causado nas aves, quando estas entram em contato com a substância ou com seu odor, o que causa sua fuga11 .
Em 1953, a Associação dos Avicultores de Portugal homologou os padrões dos pombos portugueses que haviam sido aprovados anteriormente pela Comissão Técnica de Columbídeos.
Deve-se ao Dr. António Pitta, grande entusiasta e impulsionador da Columbofilia Portuguesa, a descrição desses padrões, trabalho completíssimo o seu.
As quatro raças portuguesas abrangem, apesar do seu pequeno número, a gama completa das três grandes divisões a que se podem dedicar os amadores de variedades columbófilas, pois se o «Mariola» e o «Mariolinha» são considerados pombos de fantasia, o «Criador Lusitano» entra na categoria dos pombos de utilidade e o «Cambalhota Português» pode ser aproveitado como pombo de desporto, em virtude das competições a que pode ser submetido consoante as viagens sucessivas que é capaz de efectuar em pleno voo.
Os pombos e pombas são considerados como símbolos de paz e harmonia, numa tradição que, supostamente, tem as suas origens na história bíblica da Arca de Noé13 . Segundo o Antigo Testamento, depois do dilúvio, Noé soltou uma pomba que regressou com um ramo de oliveira no bico, que mostrava que a água estava regredindo e que tinham sido feitas as pazes com Deus. Na iconografia cristã, são também uma metáfora do Espírito Santo, que apareceu sob a forma de pomba no baptismo de Jesus Cristo13 .